Alerta sobre ataque terrorista, queda repentina da internet e um incêndio aqui do lado. Parece até roteiro de filme B de ação!

Aconteceu de tudo hoje pela manhã. Duas reuniões interessantes e, no meio de uma consulta fundamental, a notícia de que Times Square havia sido evacuada caiu, literalmente, como uma bomba. Em parte, a culpa foi da CNN que transformou a notícia em algo muito maior ao anunciar no Twitter: “Times Square evacuated”/Times Square Evacuada. A verdadeira informação era a seguinte: um pacote suspeito foi identificado em frente ao hotel Marriott, no coração de New York.

Depois da tentativa de ataque com um carro bomba, no mesmo lugar, na semana passada, o nível de cuidado [e paranóia, claro] aumentou. Hoje cedo, uma valise suspeita foi apreendida pela polícia e aí veio a nova suspeita. Um isopor de bebidas foi deixado em Times Square e isso gerou a evacuação parcial do local enquanto a polícia e o esquadrão anti-bombas pudessem avaliar a situação. Durante uma hora e meia, acompanhei o caso via TV e rádio, e reportei tudo que pude pelo Twitter do SOS Hollywood. Detalhe: um minuto depois do primeiro anúncio, minha internet despencou. Só pude contar com as limitadas opções do Blackberry para conexão e transmissão de informação.

No fim das contas, o isopor continha apenas garrafas d’água. Alarme falso. Mas foi o show que a CNN precisava para elevar sua audiência e para lembrar o país de que esse lugar está em guerra. Mas nem tudo foi lucro para a emissora, que teve que aguentar ser repreendida e corrigida ao vido pela assessora de imprensa do hotel Marriott, que estava dentro de seu escritório, no hotel em questão, em Times Square. Ou seja, a evacuação foi apenas de pedestres e não de toda a área. Tudo por conta do título da matéria enviada ao Twitter e demais agências de informação, como mencionei no termo. Cada vez mais, é preciso tomar cuidado com o que se publica, seja numa simples chamada em mídia social ou na home page de seu website.

De qualquer forma, é o efeito máximo do terror, que se manifesta mesmo onde não há ameaça real. É o perigo real e nem tanto imediato, até que seja tarde demais. De qualquer forma, os norte-americanos estão sendo cuidadosos ao extremo.

Veja matéria da CNN:

Quando a ameaça passou e a imagem de um policial carregando uma sacolinha com o tal container cheio de garrafas d’água, foi a minha vez de ficar surpreso. Uma nuvem de fumaça marrom com cheiro esquisito de queimado invadiu minha sala de estar e nublou a visão do mundo lá fora. Tomei um susto daqueles, mas não o suficiente para desligar o “sentido aranha jornalístico”. Peguei a câmera, saí correndo na direção da fumaça e descobri a fonte. Um quarteirão depois do meu, na Franklin Avenue, um carro de bombeiros protegia os fundos de uma casa em chamas. Um grupo de bombeiros ocupava o topo do prédio e abria um buraco bem grande para permitir que a fumaça deixasse a casa e a água pudesse entrar também pelo telhado. A ação foi rápida, especialmente por conta de termos uma base do Corpo de Bombeiros há 4 quarteirões do local em questão.

Baita susto. Muita fumaça. E, felizmente, um final feliz. Chequei com os bombeiros e ninguém se machucou, só um dos moradores foi levado ao hospital por causa da fumaça. Casa de madeira é isso, se pegar fogo, pode ser uma catástrofe muito rápida. Ainda bem que nada aconteceu.
Belo dia, hein? Um alarme falso na Costa Leste e um incêndio bastante real aqui no “meu quintal”.
Fiz um pequeno vídeo do final da ação dos bombeiros. É só apertar o play.

por Fábio M. Barreto,
de Los Angeles