Acusado de fazer comentários anti-semitas, prisão por embriaguez ao volante e muita polêmica tem cercado um dos maiores astros de Hollywood. Muito por conta de uma relação pouco saudável do ator com a imprensa e sua pouca disposição para manter a boca fechada. É mais um elemento da panela de pressão da mídia, de quem Gibson precisa, mas simplesmente não consegue mais seduzir.
Por Fábio M. Barreto,
de Los Angeles
Na manhã ensolarada de quinta-feira, Mel Gibson vai pessoalmente até a porta de sua residência em Malibu, na Califórnia. Lá encontra uma equipe de TV francesa pronta para entrevistá-lo por conta de seu novo filme, O Fim da Escuridão (Edge of Darkness). Parte da regalia se dá por conta da boa relação de Gibson com a distribuidora do filme na França, mas também é um jeito de dizer: bem-vindos, sou um sujeito legal e quero ser amigável com vocês. Mas os tempos são outros e sua fama de temperamental ganhou níveis tão altos que, quando o astro convida os jornalistas para ficar mais um pouco depois do fim da entrevista e almoçar com ele, é repelido. Sob a desculpa de outro compromisso, os franceses deixam para trás um Mel Gibson contrariado. A verdadeira razão é clara: quanto menos contato, melhor. É um verdadeiro pesadelo de relações públicas, especialmente com a facilmente ofendida imprensa internacional, pronta a taxar os grandes nomes sem piedade.
Caso sofresse apenas com os frutos de uma relação desgastada, Gibson ainda poderia sonhar com uma volta por cima, porém, os problemas continuam. No início de fevereiro, Mel Gibson concedeu uma entrevista a um canal de TV de Chicago e quando perguntado sobre “o público ter superado a controvérsia e estar pronto a esquecer o assunto”, o ator reagiu mal, disse que já se desculpou o suficiente e sugeriu que a entrevista seguisse outro rumo. Mas o pior estava por vir: antes das câmeras saírem do ar, tomou um gole de seu café e, aparentemente, xingou o repórter de babaca [a$#hole, em inglês]. Foi pego pelas câmeras.
Veja a matéria da CNN:
A ofensa caiu como uma bomba no colo da mídia, que transformou o caso em grande acontecimento e gerou uma quantidade gigantesca de publicidade negativa para Edge of Darkness. Mais tarde, Gibson disse ter xingado seu assessor de imprensa por não ter gostado das perguntas. Não importava mais, o estrago estava feito. E o filme só faturou US$ 42 milhões, contra US$ 80 milhões de orçamento.
De um lado a imprensa diz que Gibson deveria estar preparado para perguntas referentes a seus momentos conturbados e, corretamente, se vê no direito de tocar no assunto [mesmo que de maneira repetitiva e, normalmente, por falta de assunto]; do outro, o ator e diretor sendo cada vez mais hostilizado e confrontado com questões sobre seus exageros e opiniões, em vez de suas realizações profissionais. O conflito é inevitável, uma vez que, na cabeça de editores ao redor do mundo, falar de polêmica é mais lucrativo e atrai mais leitores. Verdade incômoda, mas ruim a longo prazo. Situações como essa transformaram Eddie Murphy, por exemplo, num astro relativamente retraído em entrevistas e sempre muito bem preparado para transmitir uma imagem positiva e sorridente, mas menos autêntico do que fora anos atrás. Gibson é autêntico em demasia e tem trocado sinceridade por agressividade.
Nada disso diminui a brilhante carreira de Mel Gibson, responsável por filmes como Coração Valente, Máquina Mortífera e Mad Max. Entretanto, fica clara a necessidade de deixar os holofotes um pouco. Anti-semitismo, violência gratuita e surtos. Agressividade gera mais agressividade. E a imprensa é imperdoável. É um caso clássico de quanto mais mexer, mais problema vai causar. Uma pena.
*originalmente publicado na Sci-Fi News.
A Coisa esta feia para Mel Gibson…
Coitado do Mel. Infelizmente a maioria das pessoas prefere a hipocrisia à autenticidade.
Se para mim que sou público e admiro o trabalho do Mel essa estória de ficarem remoendo o passado dele toda hora enche o saco, já passou dos limites, imagina para o próprio Mel. Eu se estivesse no lugar dele estouraria muito mais e diria muitas verdades a esses repórteres que, para mim, são hipócritas e nada profissionais. Querem vender notícias humilhando, mas eu, por exemplo, já nem leio nada referente ao passado do Mel, porque quero saber do seu presente.
Que ele continue autentico e mande todos a merda quando estiverem enchendo o seu saco e se meendo onde não são chamados.
Cara, acho que todo mundo tem o direito de achar o que quiser, mas o mel gibson é um astro cm uma carreira que vale a pena ser vista…
digamos que ele está passando por uma faze complicada, mas eu adoraria ve-lo resurgindo sempre…
Talvez esta repercussão que teve aí nem tenha chegado direito aqui, ninguem nem sabe que Mel está passando por maus bocados, logo ele lança um bom filme e ninguem nem vai saber que aconteceu algo!
Olá Fábio,
Primeiro queria dizer que conheci o seu trabalho e um pouco sobre você pelo rapaduracast, que aliás, eu acho que voce deveria participar mais vezes =P. Depois disso resolvi procurar mais e descobri o SOS Hollywood. Desde entao venho acompanhando tanto o Cast quanto as matérias aqui publicadas.
Comentando sobre a matéria de Mell Gibson: Adorei o assunto e queria dizer que essa imagem do ator realmente é algo a ser pensado, eu tenho um blog sobre filmes que compartilho com meus amigos, nada śerio, nele comentei sobre o filme Payback de Mell Gibson e meu amigo enviou a seguinte frase:
“o mel gibson faz algum comentário anti-semita no meio do filme?? essas pessoas q ele persegue são todas judias??
(sry, mas ñ consigo mais ver ele somente como um ator)”
Super no contexto dessa matéria, não?
Eu concordo muito com ele, mesmo sabendo que ele é um bom ator, fica dificil separar o personagem do ator quando ele se expoem demais, principalmente de forma negativa.
É isso, continue fazendo suas ótimas entrevistas, matérias e casts que estarei sempre te acompanhando.
Abracos
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