O que já era notório para o negócio do livro ficou mais claro ainda com a última pesquisa de público divulgada pela organização da CCXP, o maior evento de cultura pop do Brasil. Maiores responsáveis pelo consumo literário no Brasil, 88% das leitoras preferem o gênero romance e 51% preferem a fantasia. Porém, restam muitas perguntas sobre os hábitos, características e percepções dessas mulheres tão fundamentais para o ciclo do livro no País, seja ele traduzido ou nacional. Por isso, os jornalistas Fábio M. Barreto (autor dos premiados “Filhos do Fim do Mundo” e “Snowglobe”) e Cesar Gaglioni (ex-Jovem Nerd e atualmente no Nexo Jornal) reuniram-se para construir a “Pesquisa de Perfil da Leitora Brasileira de Fantasia”.
O estudo pretende alcançar ao menos 300 leitoras brasileiras para atingir uma amostra minimamente confiável. Por meio de ferramentas de modelagem estatística, análise de dados com Python e forecast de tendências de mercado, será possível compor cenários de criação de produtos e campanhas de marketing digital, por exemplo, com base em dados sólidos e representativos. “Se o poder de compra e a participação da leitora nos gêneros fantásticos é tão fundamental e irrefutável, precisamos saber mais sobre elas. É preciso enxergarmos muito além do chavão ‘é a mulher quem compra livro’”, explica Fábio M. Barreto, cujas próximas obras devem mirar no público feminino. “Como autor homem escrevendo para mulheres, ter informações claras e validadas é fundamental para evitar o maior medo de qualquer autor escrevendo fora da sua realidade imediata: errar o tom.”
TENDÊNCIAS
O questionário mapeia características demográficas, hábitos de compra e preferências sobre diversas características da literatura fantástica – especialmente a fantasia e a ficção científica. “Sabemos da força de Guerra dos Tronos, por exemplo, mas será que a obra de George R.R. Martin é tão relevante para as mulheres quando se sabe que é para os homens? Além disso, as séries de A Roda do Tempo e Anéis do Poder podem ter afetado a percepção das principais propriedades da fantasia mundial. E Brandon Sanderson, já entrou no radar? Qual a amplitude do sucesso mais que merecido de Carol Chiovatto e Paola Sivieiro?”, contextualiza Barreto. “São muitas perguntas. Extrapolar não é justo tampouco útil. Além de tudo, e se algum estilo ou tema novo está surgindo e ainda não captamos? Cada informação é valiosíssima para autores, editoras e outros atores do mercado literário”.
Para Cesar Gaglioni, “ter uma pesquisa ampla e aprofundada sobre o gênero é de suma importância. Isso passa por um processo de captação e análise de dados que podem ajudar na tomada de decisões”. A expertise de Gaglioni com dados e análise narrativa é fundamental para a iniciativa. Além do controle dos dados obtidos de acordo com a LGPD, a aplicação das ferramentas de big data e análise serão o grande diferencial. “Se conseguirmos consolidar uma visão detalhada e útil para o mercado, todos ganham”.
O estudo pretende alcançar ao menos 300 leitoras brasileiras para atingir uma amostra minimamente confiável.
Participar é gratuito e, além disso, cada resposta completa corresponde à doação de R$ 1 para a BeeGood.com.br, uma entidade que apoia instituições e crianças carentes de todo o Brasil. “Felizmente, a sociedade tem evoluído para a compreensão de que a responsabilidade social deve fazer parte de todas as etapas de nossas vidas, seja a megacorporação, seja a pesquisa de perfil. Retribuir é uma escolha de cada um. Estamos seguindo exemplos e deixando o nosso incentivo”, diz Barreto. A outra contrapartida para as participantes é um conto inédito de fantasia nacional de Fábio M. Barreto. “Rio Seco” mergulha no coração do Brasil ao falar de cidades pequenas, amores sem fim e uma magia que só a nossa enormidade poderia comportar.
Os resultados da pesquisa serão publicados no site www.fabiombarreto.com, incluindo um artigo comentando as descobertas e um pdf com todos os resultados.
Para responder, use o botão no início deste texto ou visite o link a seguir: https://forms.gle/DNJZ2nEfHzscfoMz6
