Novo filme de Alfonso Cuarón arrebenta nas bilheterias e desperta críticos ferozes. Falaram até que faltou uma fralda na história!
Com o estrondoso sucesso nas bilheterias durante o fim de semana, o drama espacial “Gravidade” (Gravity), dirigido pelo magistral Alfonso Cuarón, caiu na boca do povo nos Estados Unidos. Todo mundo quer saber sobre o realismo do filme, o que pode e o que não pode acontecer, qual a impressão dos astronautas, físicos e, acredite, teve até gente comparando o filme a Avatar, de James Cameron. Tudo para morder um pedaço do interesse público sobre o filme. Qual a razão de tudo isso?
Já assisti e programei a análise para sexta-feira, então, esse texto não terá spoilers.
Não vejo uma resposta de público tão grande como essa desde o surpreendente desempenho de Argo. Todo mundo queria saber. Havia muito a ser dito. E Ben Affleck ajudava na divulgação, afinal, onde ele aparecia, fãs seguiam. O mesmo acontece aqui, com George Clooney e Sandra Bullock fazendo campanha aberta para o Oscar e fazendo de tudo para chamar a atenção. É o trabalho deles. E faz sentido, pois, o maior triunfo de “Gravidade” é apresentar um drama assustador e efetivo em meio a um mercado cada vez mais enfadonho, dependente de super-heróis mascarados ou grandes efeitos. Não que Gravidade não os tenha, afinal, o espaço foi recriado em computador, mas eles não são o carro-chefe.
Muita gente gostou, mas não é unanimidade. Um dos maiores pivôs da polêmica foi o astrofísico Neil deGrasse Tyson, que questionou vários aspectos técnicos do filme no Twitter (entre eles a altitude dos satélites, as características das comunicações espaciais e muitas linhas do roteiro), armou um barraco e iniciou um movimento de críticos às liberdades criativas tomadas pela história de Cuarón. Sinceramente, sem essas armações de roteiro, a história não seria possível e o filme seria inviável. Logo, qual o grande problema desse pessoal? Existe um gênero dedicado a mostrar as coisas como elas são e usar apenas os fatos como base e ele se chama Documentário, não Ficção. O BuzzFeed armou uma matéria bem engraçada, falando sobre os “problemas” estéticos da roupa de Sandra Bullock. Ela deveria estar usando uma fralda por baixo da roupa de EVA (atividade extra-veicular). Acredite, essa é uma das cenas MAIS LINDAS do filme. Imagine uma fralda geriátrica no processo? ☺
Esse tipo de resposta faz parte do processo, claro. Não é novidade, mas aquela grande paixão dos norte-americanos pelo espaço deixa todo mundo maluco. O elenco tem 3 pessoas… isso mesmo TRÊS… e mais 4 vozes. Quando um drama familiar atrairia esse tipo de atenção? Até “Eu Sou a Lenda” tem mais gente! É por causa do espaço, do fascínio que inspirou George Lucas e Steven Spielberg, e que igualmente inspirou cada um de nós que cresceu entre as décadas de 70 e 80. Essa paixão ainda é forte por aqui e, claro, uma senhora direção de Cuarón torna tudo possível, pois, se o sujeito não pode reclamar da arte cinematográfica aplicada, o jeito é reclamar do aspecto ficcional.
Há duas coisas boas aí: ver que o interesse continua alto e aumentar as esperanças para, finalmente, ver um filme de Ficção Científica ganhar o Oscar de Melhor Filme. Esse merece, agradou o público e a imprensa por ser genuinamente bom.
Será que a Academia vai quebrar o tabu? In George Clooney We Trust!
FICÇÃO científica. O nome já acaba com metade dessa polêmica hehe
Ansioso pra ver !
Alfonso Cuarón evoluiu muito na minha opinião. Desde “Y tu mamá también” eu o vejo como um diretor que está ciente do que pode ou não criar em um filme. Tive uma surpresa ao vê-lo dirigir um dos filme de Harry Potter e outra quando confirmaram seu nome para Gravity. E o filme é exatamente o que ele se propõe a ser: desesperador, claustrofóbico (agorafóbico, por que não?), maior-que-a-vida, com cenas belíssimas (o que o coloca direto na minha lista de Top 10 filmes lindos de SCIFI). Concordo com alguns pontos de deGrasse Tyson, mas discordo com o que ele disse sobre o filme ter outro nome: ele se esqueceu de que a palavra gravidade foi usada para indicar que aquela força que atraía tudo era GRAVE (no sentido de forte e preocupante). O filme usa ESSE sentido da palavra. Concordo com o que você disse sobre o filme e também espero um Oscar para Gravity, seja para Cuarón, seja para Clooney.
O post falando sobre o erro da fralda é sensasional. hahaha
Que besteira! Eu concordo que um filme precisa ter coisas críveis também, pois quando é muito absurdo eu mesmo não consigo levar o filme a sério. Mas se o roteiro é redondinho isso não me incomoda, o que não aconteceu com “Prometheus” por exemplo, que é furadíssimo!
Ainda não vi “Gravidade”, mas está na lista de prioridades assim que chegar ao Brasil! =)
Eu também acho uma bobagem essa história de querer que os filmes sejam todos críveis, fiéis a realidade, etc. Eu costumo dizer que vou ao cinema para ver coisas fora do real porque a realidade mesmo eu já vivo.
Mas eu vi o trailer de Gravidade e sinceramente não me interessou a ponto de eu ir ao cinema.
Estou doido para ver logo esse filme! Tá com cara de ser espetacular!