Como você não gosta de tal coisa do Brasil? Sempre me perguntam quando descobrem que sou brasileiro e desembestam a falar sobre filmes e carnaval.
É bizarro ver a reação das pessoas em relação ao Brasil. Antes de mais nada, vamos definir alguns pontos primeiro:
a) Detesto carnaval, sua cultura e todo o furdûncio feito pela Globo para transformar o bendito feriado no maior evento de nossas vidas… todo ano.
b) Não gosto de cinema brasileiro em geral, por só mostrar mazela e desgraça. Há exceções, mas a regra é essa.
c) Por conta disso, não vi Cidade de Deus e também não vi Tropa de Elite. O QUÊÊÊ?! É.
Qual minha surpresa quando todo mundo que vem falar comigo aqui lança logo de cara: Ciudadi di Deux! Do alto de minha sinceridade e condição de contra-argumentar mando sem dó: Não vi e não gostei. As pessoas ficam indignadas com a resposta, afinal de contas, como eu não vi o filme brasileiro mais bem-sucedido recentemente no exterior. Além do quesito gosto, afinal de contas, posso pensar diferente das demais pessoas, jornalistas e metidos a intelectuais e não gostar, existe a questão da imagem.
Central do Brasil foi legal, né? Foi pro Oscar, indicou a Fernanda e, eu vi, até achei simpático, por conta dela, diga-se de passagem. Mas tratava do que? Pobreza, desgraça, gente sofrendo. Aí vem Cidade de Deus. Trata do que? Mesma coisa elevada à enésima potência. Tirando o fato de ser violento ao extremo – sim já ouvi a história de trás pra frente de gente que tenta me convencer e me crucificar por eu não ter visto.
Sabe como isso é visto, até mesmo por nós brasileiros? “Retrato da nossa realidade”. Olha, essa realidade pode até existir, mas eu não concordo que essa seja a ÚNICA realidade existente no Brasil. E eu nunca entendi como os cidadãos do Rio de Janeiro ajudaram na mega promoção de algo que diz para o mundo: olhem a nossa realidade!
E é exatamente isso que o povo de fora pensa! Eles realmente acreditam nos filmes, sabe. E as notícias que chegam aqui só corroboram com isso. Os Estados Unidos vivenciaram toda a desgraça colombiana no período Pablo Escobar – que, aliás, tem caído no esquecimento no Brasil – e agora estão todos ouriçados com essa “possível guerra” entre Equador, Colômbia e Venezuela. E toda vez que a CNN relata alguma operação militar nas favelas cariocas, a pessoa é transportada diretamente para a situação do filme, incluindo para a mesma assinatura fotográfica utilizada na produção. Porque, para eles, essa é a melhor descrição do que é a realidade do Brasil.
Claro que temos um grande número de miseráveis e pessoas em situações drásticas como a contada por Fernando Meirelles, que eu já sabia ser um bom diretor mesmo antes desse filme, mas, calma lá, só existe essa? E todo mundo aplaude de pé, elogia, teoriza. Bom, cada momento de orgulho exarcebado direcionado a Cidade de Deus é um passo em direção à transformar toda essa situação social inaceitável em algo semi-idolatrado. Leonardo Paeja que o diga, ainda bem que – ainda – não virou filme.
Agora vemos o novo fenômeno: Tropa de Elite. (Não, não vou colocar a foto do Capitão Nascimento segurando a metralhadora. Aliás, alguém deveria contar quantas vezes aquela foto foi publicada até hoje. Deve ser um recorde histórico perdendo só para o Stars Kid!)
E lá vem mais violência. Esse eu até quero ver, por gostar de filmes de ação, mas caiu novamente como uma bomba na cabeça dessas pessoas limitadas desse país. Mesmo as mais intelectualizadas sofrem com essa “definição de Brasil”, afinal de contas, anos atrás, elas viram Cidade de Deus e sua dura realidade, agora elas vêem “o outro lado” com a Polícia tentando reagir. Acham até que o filme foi bancado pela ideologia governamental para “encobrir a verdade” que o Meirelles mostrou. Acho que o Padilha daria risada ouvindo isso.
De qualquer forma, mais violência. E essa opinião é compartilhada pelos correspondentes de outros países baseados em LA também. Eu pareço mais ET do que o normal quando eles vêm perguntar sobre os filmes e eu digo que não vi, pois não gosto. Uma espanhola outro dia veio me dizer que eu era um direitista enrustido e que tinha medo da verdade. Eu nem gosto de política. Aí eu cacetei: filha, imaginou se a Espanha só fizesse filme sobre o ETA e gente pobre? Você gostaria de ver seu país como uma favela gigante, sendo que o cinema não muda muito essa tal realidade?
É claro que ela se sentiu ofendida, pois a Espanha “nunca seria uma favela gigante”. “Pois é, e o Brasil também não é e pronto.” Eu vivo nessa utopiazinha na minha cabeça, de que a gente poderia fazer algo para resolver o problema, em vez de ficar abusando para fazer mais dinheiro e aumentar mais ainda a diferença, mas pelo menos tento lembrar das coisas boas. O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias fez sucesso, eu vi e gostei, assim como muita gente aqui também, mas ninguém fala muito, pois já começam a falar de Elite Squad, sobre ser “eye-openner” e blábláblá.
Infelizmente, com raras exceções como Deus é Brasileiro (que mostra a miséria, mas com outro olhar e entrega uma mensagem positiva), O Casamento de Romeu e Julieta e Redentor, o Brasil não investe muito em filme de comédia, ação, guerra, ficção, etc. E acho que a fórmula Sexo, Amor e Traição já deu o que tinha que dar, não? Acho que a última vez que arriscaram uma ficção legal foi com Buffo & Spalanzani, que uma meia dúzia de pessoas viu, sem contar a família do Dr. Albieri. Temos sempre que bater na mesma tecla para tentar o Oscar? Aliás, se tivesse sido indicado esse ano, perdia. Tinha filme sobre o holocausto na parada. Pensando bem – se o objetivo é Oscar e não promover a cultura –, façam logo um filme sobre o Mengelle, clã Barreto. Aí vocês podem tratar do holocausto, colocar os judeus em voga (a Academia adora), fazer um belo dramalhão e brigar firme pelo Oscar. Só não dêem a direção pro Jaime Monjardim que ele já estragou Olga.
Enfim, eu tenho orgulho em ser brasileiro, só vim para cá por oportunidade profissional, ficaria no meu país sem dúvida, caso fosse possível financeiramente, mas, nesse aspecto, tenho a liberdade de dizer: não gosto disso e não gosto da imagem que esses filmes e o carnaval nos dão. Dane-se o que os americanos pensam. Eles vão nos visitar com os bolsos cheios, ficam 3 dias no Rio, acham que tudo é lindo e voltam para cá. Mas, alguns, justamente por causa dessa realidade começam a achar perigoso visitar a nossa terra. E isso é um baita motivo de orgulho, né? Um Oscar vale tudo isso?
Tem os dois lados. Sempre tem os dois lados.
Claro que tem gente que vai achar um absurdo, dizer que eu não entendo nada de cinema brasileiro, blablabla. Talvez eu não saiba mesmo, nunca foi o meu forte, mas, é assim que eu penso e não comprando briga com ninguém por gostar, só estou mostrando que há conseqüências para essa insistência. Com certeza tem filme bom por aí, mas no circuito comercial mesmo, essa é uma das realidades. Quem me dera meus amigos do Abquar conseguissem chegar ao ponto de financiarem o material. É conscientizador, ficção científica, 100% brasileiro… mas não ganha Oscar, então.
Aliás, quanto vale um Oscar para a nossa identidade mesmo?
Também acho que essa mesmice de mostrar mazela um saco, mas longe de querer cagar regra pra alguém, meu único conselho pra quem tem alguma birra e não quer assistir Cidade de Deus por qualquer motivo, eu só acho que as pessoas devem assistir porque é bom: bem filmado, com um roteiro ótimo, atuações contundentes (e pouco importa o fato de serem atores profissionais ou não). O fato é que o filme é bom, só isso.
Não discordo não, Eric. Qualquer dia eu vejo em DVD, mas pelo menos eu assumo que não vi. 🙂
seu comentários perdem a força pelo simples fato de não ter visto os filmes … não acho que um filme deve ser desmerecido simplesmente pela história que decide contar; quer queira ou não, são realidades que fazem parte do brasil, sim, histórias que tão todas por aí, não vejo o porque de toda a descrença em produções assim simplesmente porque vc NãO GOSTA, já que se for pensar a 10, 20 anos atrás, essas realidades não eram nem ao menos mostradas…
não é porque o país não é mostrado como você o vê que produções devem ser desmerecidas assim; essas são histórias que antigamente nem teriam chance de serem produzidas ou contadas por aí e acho, sim, que são necessárias para o público brasileiro, é um tapa na cara (cidade de Deus) e um soco no estômago (tropa de elite), o tipo de produção necessária para o nosso Cinema…
agora, não achei seus comentários válidos mesmo… mas ai a opinião é de cada um
É Gustavo, opinião de cada um mesmo, mas, infelizmente, devo dizer que você não leu o texto direito. Em momento algum desmereci os filmes, falei sobre a circunstância que os envolvem e os fazem “nossos representante”. Nunca criticaria ou elogiaria um filme sem ver, aliás, até menciono que só ouvi coisas ótimas sobre Cidade de Deus e que Tropa não vi por falta de oportunidade, mas não me descabelei para o cinema só por causa do hype.
Enfim, obrigado pelo comentário.
Também não vi e não gostei.
Não porque não sejam bons mas pelos mesmo motivos que você apresenta.
Assim como não assisto dramas americanos, russos, canadenses ou de qualquer país.
Acho absurdo alguém ir ao cinema e PAGAR para ver desgraça.
Coincidentemente, minha coluna na revista é justamente sobre isso.
Diversão para mim é algo bem diferente e cinema tem que ser divertido, senão não vale o ingresso, por mais bem produzido que seja.
Não assisti, não vou assistir, INDIANA JONES RULEZ!!!!
Beijo
Eu já não poderia discordar mais… Odeio a política do “não vi e não gostei”, até pq acho que pra formar opinião sobre algo é preciso conhecê-la, eu por exemplo, detesto comédias do tipo Professor Aloprado, Vovó Zona, Deu a louca em Hollywood – e com exceção da do meio, vi todos.
Tenho um texto escrito por sinal de cinema deve ser diversão sim, pq aqui no Brasil os críticos e os ditos cultos, acham um absurdo vc ir ao cinema pra dar risada ou se empolgar com porradas, corridas etc., já eu adoro filme nacional, adoro filme europeu e adoro filme iraniano e ainda assim, me empolgo muito em filmes como Adrenalina, Carga Explosiva etc.
Mesmo adorando cinema nacional tb sempre critiquei a mesmice temática de falar sobre favelas/violência, glamourização da pobreza (como é o caso de Central do Brasil – que apesar de lindo e tals, mostra uma pobreza que não é real, apesar de toda a temática, é glamourizada), nordeste e cordel ou temas históricos – porém, mesmo dentro dessa mesmice, há excelentes produções. E apesar da mesmice ainda, não dá pra negar a nossa realidade. Você pode gostar ou não, mas é assim. Fazemos parte de uma elite – podemos até ser considerados pobres etc. etc. etc., mas fizemos faculdade, temos acesso a livros, revistas, sempre divemos banda larga e acesso a TV a cabo, temos acesso a teatro (que no Brasil é algo inviável) e por aí vai – ñ há como negar que essa ñ é a relidade do brasileiro (hj em dia tem neguinho que só entra na internet pra ter Orkut, pq na cabeça deles é chique!). E por conta disso, não podemos basear o Brasil pelo nosso mundinho. Apesar de todos os privilégio proporcionados pelos meus pais, sempre tive muito contato com outras realidades, por viajar muito e também pela família do meu pai (que é de Salvador) ser paupérrima, indo pra lá de carro quase todo ano, passava pelo Vale do Jequitinhonha e via muita criança morrendo de fome na beira da estrada. É vergonhoso, mas é o que acontece, e apesar de achar que os cineastas brasileiros podiam abrir mais o leque em seus filmes, também acho que o cinema não pode deixar de lado sua função de denúncia, e isso tem em todo lugar, como aí nos US and A vemos o Michael Morre e agora também o Di Caprio e o Al Gore – essa é uma das outras funções do cinema. Não acho que tenha que ficar só nisso e apoio totalmente o cinema como diversão e não apenas como arte ou política, mas também acho que filmes assim precisam ser feitos e nesse ponto tenho orgulho do cinema nacional ser engajado nesse tipo de coisa. E azar o seu de não ter visto Cidade de Deus, que apesar da temática é um dos filmes mais originais e melhores já feitos por aqui. Já Tropa de Elite é bom, mas, pra mim, não é nem um décimo de tudo isso que conseguiu na mídia.
E tenho dito! =D
beijos judônicos brasilianos
SPC: Guaraná nos seus leitores, urgente!!!
Ah, e vamos diminuir a quantidade de banners – hahaha – tá f… vir aqui e não sair esbarrando neles. =D
beijos
Em minha opinião acho válido fazer filmes mostrando as mazelas, pobreza e etc. Até por uma questão de denúncia, mostrar o problema para quem não sabe como a coisa é.
Claro que a coisa fica nesse estágio e depois disso não se resolve porra nenhuma, mas aí já é outra história, que não é mais responsabilidade do cinema.
O grande problema é que uns SETENTA por cento dos filmes falam dessas merdas. Tipo… Não dá pra fazer mas versões tupiniquins de um Duro de Matar, um Ace Ventura ou um Grindhouse de vez em quando!? =DDD
É isso que eu sempre quis saber Morph. Porque no Brasil não tem filmes de ação, comédias pastelões, ficção etc.
Será que aqui é tão dificil fazer um Blockbuster?
Opa! Finalmente achei alguém que pensa como eu… Eu fiz uma campanha por filmes de ficção no Brasil e quase fui massacrado!
Quando eu assisto um filme, eu quero viajar em novas possibilidades, e não ver a realidade de uma parte extremamente triste e violenta do Brasil. Se eu quisesse ver isso, simplesmente assistiria o noticiário.
Ah, e tb sou xingado por não ter assistido Tropa de Elite. Não vi e nem quero. Essa é a MINHA opinião, e pronto! Que mania de me acusarem de “fechar os olhos para a realidade que é nossa culpa”. Quem sabe um dia alguém faz um filme de ação caprichado, uma comédia que não seja com cara de novela… Do cinema, eu quero é diversão! Abraço!
Ti@go
Abaquar é brasileiro, uma animação. Ficção feita na raça. Muito lindo mesmo. Muito melhor do que um monte de porcaria que ganha Oscar por conveniência ou politicagem.
E quem conhece? Poucos amigos que tiveram o privilégio de assistir.
Uma pena.
“Se eu Fosse Você” é uma comédia brasileira. Ótima, bem feita, divertida, gostosa de assistir. Nem sonharia em ser indicada a Oscar, não tem bandido, nem desgraça, nem morte ou tortura. Para quem se acha culto, não tem graça.
Vamos lá.. eu gosto sim de filme nacional.. o Fábio sabe bem disso.. e a questão aqui não é a política do não vi e não gostei, Tayra, mas sim a questão de não gostar da temática e do que ela representa para o Brasil.
Eu vi “Cidade de Deus”, mas não vi o “Tropa de Elite” e achei “Cidade de Deus” um filme péssimo, não só pela temática, mas também pela produção, atores e que tais.
Eu adorei “Deus é Brasileiro”, adorei “O Homem que Desafiou o Diabo” (que alias, o Marcos Palmeira dá show), “Sexo, Amor e Traição”. Até “Central do Brasil” eu gostei sim, a Fernanda Montenegro está perfeita. Ela é ótima. Adoro filmes com o Antônio Faculdes – “Bossa Nova”.
Então a questão não é o filme brasileiro em si. Mas sim os filmes brasileiros que são levados para fora e mostram uma realidade horrível do nosso país.
Do mesmo jeito que não gosto de filmes que mostram realidades ruins de outros países.. isso inclui produções Hollywoodianas.
Particularmente, não gosto de filmes de GUERRA, que mostram uma realidade social e qualquer guerra não é nada bonita de se ver. É minha opinião.
Acho que Tropa de Elite deve ter os seus méritos para ter ganhado prêmios e tais, mas é um tipo de produção que não me agrada e fico horrorizada de saber que um filme que mostra uma realidade horrível do Brasil agrade às pessoas.
Então.. pra mim, a questão não é o filme ser bem produzido, atores ótimos, mas sim a temática. Tenho certeza que o Wagner Moura deve mesmo estar ótimo, mas a questão não é a atuação dele e sim o que acontece no filme.
É isso!
Beijão a todos!
Cinema e literatura brasileira hoje em dia vão e voltam entre dois temas: a pobreza dos pobres e a crise existencial da classe média.
Puta pé no saco. Acho lindo mostrar extremos da realidade de um país, mas ignorar o cotidiano é totalmente retardado. Cidade de Elite acaba virando uma câmera estática, burra. Tire a violência ou a pobreza e o que sobra dos roteiros? Um monte de palavrão e atores que acham que ficar berrando é um modo de vida.
Existe tanta, mas tanta história boa pra ser contada e que não precisa ficar se pendurando em imagens chocantes… polícia só existe no morro? Não dá pra fazer filmes sobre a polícia federal? Vai me dizer que uma investigação sobre algum crime do colarinho branco não rende um puta roteiro? Favelado só existe pra levar bala? Não dá pra fazer filme sobre um cara pobre tentando escapar da pobreza sem vender drogas? Dá pra lembrar que traficantes são a minoria em uma favela?
Sem falar em gêneros completamente inexplorados no Brasil… dramas de tribunal, sci-fi, policiais, filmes de época que não se passem apenas nos últimos anos da escravidão (temos 500 anos de história, caramba, não aconteceu mais nada relevante?). Tava lendo uma coluna num jornal curitibano tempos atrás… o cara falava sobre planos que os franceses tinham pra esconder o Napoleão no Brasil depois que ele foi aprisionado na tal ilha onde acabou morrendo, e como isso daria um puta filme. Putz, realidade alternativa dá muito pano pra manga!
Em suma, sim, cinema brasileiro fede porque acha que palavrão substitui um diálogo convincente, não consegue fugir sempre dos mesmos temas batidos, e principalmente porque não aguento ver esse povo de novela da globo em tudo quanto é canto, tv, teatro, cinema, haja saco.
Ó, tá aqui um bom exemplo… de como pode haver variedade, mas a divulgação desse filme é infinitamente inferior ao do Cidade, por exemplo..
http://judao.com.br/blogs/cenabrasilis/2008/03/03/lost-zweig/
Grande Fabio, assinado embaixo!
Cinema para mim é viajar aos limites da imaginação, acreditar que o Bem pode vencer o Mal, ver o impossível como se fizesse parte do dia a dia.
Já deu o que tinha que dar a temática favela e sertão, hein? Por cima, ainda tem os tais incentivos culturais, que faz os filmes já chegarem pagos aos cinemas.
E onde fica o incentivo de contar uma boa história?
Ficção JÁ! E Indiana Jones é O cara!!!
Eu acho que a Silvia paga sim pra ver desgraça… Ou vai dizer que não paga pra ver Independence Day, Cloverfield? Desgraça DIVERTIDÍSSIMA! =D
Agora… Eu não suporto mais filme nacional histórico-nordeste-favela. Mas também não suporto os filmes urbanóides-chatos-cult. Via Láctea doeu de tão chato. DEPOIS ele até pode ficar legal, mas qual a graça de um filme que só fica legal DEPOIS que se assiste? =D
Cinema é cinema em qualquer lugar do mundo. O problema é que aqui, como tudo que é feito aqui, se não for feito pra gringo ver, não dá certo. Me surpreendo que 2 Filhos de Francisco tenha feito tanto sucesso, inclusive. Mas não me surpreende que Podecrer! tenha ficado pouco em cartaz. Filme de jovens, pra jovens, engraçadão, sobre os anos 80… É MUITO legal. MUITO. Mas até aí… Porky’s é clássico, Podecrer! nunca vai ser, por ser Brasileiro. Os filmes nem tem a ver, é só pra constar… =]
Nessa polêmica, recomendo a todos ESTÔMAGO. Tem cadeia e tem nordestino se fodendo em São Paulo. Mas é só pra contar uma história… O que é quase inédito no cinema nacional. =]
@ Tay…
Sobre os banners, fala com o Bó. Ele que configura. ;-p
Bom, novamente, eu só acho que tem que existir mais opção só isso. Qualidade eu não discuto. Tem filmes que eu adoro, especialmente por terem uma temática diferente dessa mesmice, mas não posso criar tantas teorias. Sou apenas uma pessoa que sofre com essa bateção na mesma tecla e que gostaria de ver o país ser lembrado por algo mais que Cidad di Deux, Carnaval e Corrupção. Tem que mostrar “realidade” e coisa boa também, mas só vemos uma das coisas e é isso que eu não concordo.
bjs,
É, já pensaram como seria um Adrenalina ou Carga Explosiva versão nacional?
=D
Cinema é arte, diversão e entretenimento. Eu sou mais “vi e gostei” e “vi e não gostei”, não acho legal falar “não vi e não gostei”, ainda mais se tratando, não do melhor filme nacional, mas um dos melhores do mundo, que mesmo dentro de sua limitação técnica supera a maioria dos filmes mais premiados de Hollywood.
Assista Cidade de Deus como arte, como CINEMA, esqueça essa bobagem toda que vc escreveu, Sr. Barreto. Não vai se arrepender.
a razão deu ter dito que você desmereceu os filmes não foi por ter falado mal deles, longe disso, mas simplesmente não tê-los assistido por essas suas razões…
sério mesmo, Cidade de Deus figura entre meus 5 filmes favoritos dos últimos 5 anos!
http://judao.com.br/blogs/cenabrasilis/2008/03/04/voce-paga-para-ir-ao-cinema-ver-desgraca-eu-pago/
E tenho dito… =D
Eu nao sei se essa mesmice pode ser jogada nas costas do “cinema brasileiro”, ou se ela deveria ser indicada aos produtores e ao publico. Vi esses dias a lista de filmes “prontos” que aguardam investimentos para divulgacao/distribuicao. Ela e GIGANTE. Mas 80% deles nunca vao ver a luz do dia. Produtores precisam de investidores e esses querem o lucro certo. E parece mais seguro investir em cliches do que dar oportunidade a filmes como “Cheiro do Ralo”. O publico medio, que gera lucro, dificilmente investe a grana de um ingresso em algo que ele nunca viu. Sempre tem na lista a comedia romantica, o filme de guerra, o besteirol e um nacional/diferente. E isso nao e um “mal” do brasileiro. Dificilmente um “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembrancas” (que foge das formulas tradicionais) vira um sucesso de publico. E assim fica a bola de neve, o publico ve sempre as mesmas coisas, os investidores gastam sempre nas mesmas coisas e nos so jogamos pro exterior o que faz algum sucesso aqui (as mesmas coisas). Sendo que os “Adrenalina”, “Carga Explosiva” ou qqr Sci-fi nacionais morrem antes de nascer.
Quanto a nao entender pq alguns pagam para ver tragedia, nao eh pq o filme eh tragico que eu vou sair do cinema com algum sentimento tragico. Se arte tivesse que trazer so sentimentos “felizes”, Picasso era um bunda e Angeli era o cara (bom, Angeli EH O CARA!).
Dois centavos de alguem que nao entende chongas de cinema
Eu sou da opinião que se deve respeitar a opinião de cada um.
Tem gente que nunca assistiu a um filme de ficção e mete a boca em nós, fãs alucinados (ok, às vezes assustamos o povo mesmo ^^). Eu respeito, não quer assistir, não assista. mas não venha me chamar de ignorante ou qualquer outra coisa porque não quero assistir determinado filme.
As grandes obras de arte do cinema que me desculpem, mas, obra de arte, eu aprecio em museus, cinema para mim é diversão. Mazelas do mundo são outro assunto.
E Borbs, desgraça de mentirinha é divertida mesmo, triste é saber que morreram MESMO 3.000 pessoas em Pearl Harbor e, tirando o Leonardo di Caprio, toda aquela gente do Titanic se afogou ou congelou de verdade.
Não obrigo ninguém a ver os filmes que eu adoro e não chamo ninguém de ignorante por não querer assistir.
Seria bem legal se todos soubessem respeitar os gostos diferenciados de cada um.
@ Gustavo
Eu vi tanta coisa durante a “onda” Cidade de Deus. Não me arrependo não. Inevitavelmente, vou ver, mas não fiz questão. O Tropa eu até tentei – a Lu está de prova – mas toda vez pintava alguma maldição no trabalho e eu não podia sair, enfim. Você como é? Pedir pluraridade dá nisso, porrada no doido que vai contra a maré! :-p
abs,
O que me deixou mais feliz nisso tudo foi descobrir que mais alguém, além de mim, viu Buffo e Spalanzani (ou qualquer coisa assim). Filme brasileiro um tanto quanto diferente do padrão.
Em tempo: gostei de Tolerância também!
É estranho ver um crítico argumentar que é possível não gostar de um filme sem mesmo tê-lo visto… Mas você tem crédito comigo por geralmente produzir boas análises e concordo que muitas pessoas encaram a situação retratada nestes filmes da maneira incorreta.
No mais, é complicado fazer filmes sobre outros temas em um país onde 50% da população ainda não tem acesso à saneamento básico, e sobrevivem por meio de uma renda irrisória. Principalmente porque nossa elite insiste em negar estes problemas, rezando para que suba no Planalto alguém com coragem para jogar bombas nucleares nas favelas e cidades mais pobres do Nordeste.
Sem querer entrar na discussão sobre a qualidade de Tropa de elite ou Cidade de Deus – incluse acho que o primeiro possui inúmeros defeitos – acho importante existirem filmes como esses. São uma rara oportunidade para que a grande mídia debata estes temas, e o melhor, de alguns repórteres dispensarem o olhar desta elite preconceituosa. E só para comparar, os americanos, donos do maior cinema do mundo, também fizeram vários filmes retratando seus podres. Reconhecer seus defeitos é um grande passo para corrigí-los!
Mesmo concordando inteiramente com o negócio da imagem passada no exterior e tal, é bom que assistam ao filme “Tropa de Elite”.
Se você ignorar o fato de ser uma realidade que vivemos e o fato de terem feito o filme para “justificar” as torturas que cometem, o filme é bem produzido, os efeitos e cortes de câmera são bons e a história se desenrola de uma maneira agradável e é um filme até que divertido, pela ação e tal.
O que me irrita profundamente ainda são as pessoas que gritam “seu fanfarrão”, “pede pra sair”, “vo te bota no saco”, isso sim é f..
E concordo com a Tayra, o filme não é 10% do que falam na mídia
Não assisti ao troço todo (digo, os comentários) pq o lance aqui é casa cheia.
Enfim, falei mais no Cena Brasilis sobre o assunto, mas tenho uma teoria sobre filmes de mazela à brasileira e o Oscar, Barretão: de repente, competir pelo careca dourado em ficção científica é rabo porque… Os caras dominam. É como chamá-los prum desafio de baseball. A lavada será certa.
Daí a gente parte pra peitá-los no que eles não (se) dão conta: mazela, tiroteio, subida de morro, pobreza galopante. E futebol. Pobrecitos.
Futilidades:
Cara, “Deus é brasileiro” é doloroso, Barretão! Vá na fonte (“O Santo que não acreditava em Deus”, conto curtíssimo do João Ubaldo Ribeiro) ou na minissérie homônima ao conto feita pela Vênus Plantinada com o Lima Duarte no papel divino. Ucha! É um espetáculo!
Sobre Abaquar, nunca tinha ouvido falar. Cliquei na comunidade que você citou, fiquei curioso mas… O tópico em que o sujeito pergunta: “Como faço para ver? Onde baixo?” Jaz em silêncio de rádio, sem respostas, desde setembro último… Cara, se o filme está aparentemente condenado ao limbo e às memórias de meia dúzia, porque não disponibilizá-lo via E-mule, Torrent, sei lá? Assim cria público, sem gastos, e pode até ter o azar de gerar um burburinho e interesse dos outros…
(republicando)
Porco,
Eu ainda estou procurando onde eu escrevi tanta coisa ruim sobre os filmes. hahaha. Eu não disse que a imagem é falsa, mas sim que não vejo o porque de essa ser a única imagem. O texto em si é pro pluralidade, não contra o cinema em geral. Eu simplesmente não engulo e, portanto, deixo de acompanhar, por insistirem tanto nessa tecla.
Esse tipo de filme tem que existir sim, mas, convenhamos, precisamos expandir um pouco e falar de mais coisa. Esse não é o único tipo de denúncia do qual o Brasil precisa. Posso estar enganado – por nao acompanhar de perto -, mas onde estão os filmes de crítica política? as comédias que detonam tudo e todos para abrir os olhos de outra forma? Enfim, formatos existem e é isso que eu sonho, em ver vários tipos de filmes brasileiros, nao apenas o mesmo filme brasileiro sendo recontado ad infinitum.
Vou procurar o conto original do Deus é Brasileiro. Eu gostei do filme, gostar nao significa que é tuuudo de bom. É divertido e eu ri a beça com o Fagundes! :-p
Agora, Porco, quem disse que precisamos competir pelo Careca? Esse é o lance… temos que fazer filmes que precisam e podem ser feitos, não temos que fazer filmes só pensando no careca. Se for assim, estamos fornicados pela eternidade. :-p
Vou falar com os caras do Abaquar, acho uma boa botar no youtube pelo menos.
abs