Fábio M. Barreto nasceu na Mooca, em São Paulo, no coração de família brasileiramente misturada e humilde: um lado originado da mescla entre imigrantes italianos e espanhóis e outra vinda das margens do São Francisco, na Bahia. Ele cresceu em Itaquera, na Zona Leste da cidade, e sempre esteve cercado por papel, livros e panfletos por conta do pai (impressor de offset e, mais tarde, dono de uma pequena gráfica). 

Barreto era o nerd apaixonado pelo cinema, desenhos animados e RPG numa região praticamente alienígena a estes conceitos, logo, sofreu bullying e passou boa parte da infância sozinho e dedicado aos estudos, ao Atari e ao rock’n roll.

Trabalhando desde os 14 anos, Barreto estava prestes a começar um novo emprego como vendedor de livros escolares quando a primeira grande carreira apareceu: em 1996, começou a estagiar na redação de O Estado de S.Paulo e ficou no Grupo Estado até 2001. Esse período foi chave para a construção do Repórter, protagonista de “Filhos do Fim do Mundo“. 

Barreto foi educado numa mescla de escolas particulares e públicas, como Liceu Camilo Castelo Branco, Escola de Obras Sociais Carlos Brunetti, Escola Estadual Maria da Conceição Oliveira Costa e Escola Estadual Aparecida Rahal. Formou-se em jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu, em 1999. Fez pós-graduação em Língua Inglesa e Tradução na Universidade Paulista e, mais tarde, em 2011, formou-se em Produção de Cinema na Los Angeles City College. Também tem MBA em Branding pela FMU.

Em 2008, dias depois de perder a avó, mudou-se para os Estados Unidos, onde passou dez anos trabalhando como correspondente internacional. Lá, transformou a paixão pelo cinema em profissão, começou a escrever roteiros e, pouco tempo depois, escreveu arriscou os primeiros contos e o romance de estréia. 

Podcasts

Barreto aprendeu a escrever roteiro para rádio na faculdade de jornalismo, mas a primeira experiência com um microfone aconteceu numa pequena rádio pirata em Itaquera, em 1996. Quase quinze anos mais tarde, voltou a trabalhar com voz com a chegada dos podcasts. 

Criou e apresentou o SOS Cast ao lado de Wikerson Landin e, pouco depois, passou a integrar a equipe fixa do RapaduraCast, capitaneado por Jurandir Filho. Barreto aproveitou o trabalho de correspondente internacional para aproximar os ouvintes brasileiros do cinema de Hollywood e desenvolveu uma paixão pelo formato. Permaneceu no elenco por 8 anos até ser removido do quadro.

Em 2015, criou o Gente que Escreve (feito por escritores e para escritores) ao lado de Rob Gordon, cronista e amigo de longa data. O programa teve 52 episódios com a dupla. A saída de Rob engatilhou uma reformulação geral no podcast, que retornou em 2019. Barreto tocou segue tocando o podcast em modo solo desde então. Porém, a retomada não vingou e o Gente que Escreve teve o final oficial decretado em 2023.

Participou de podcasts como JovemNerd, Papo de Gordo, Os 12 Trabalhos do Escritor, Mundo Freak, PodNext, e Radiofobia.

Carreira

Fábio M. Barreto aprendeu a escrever com o Manual de Redação e Estilo de O Estado de S.Paulo, de Eduardo Martins (e em aulas ministradas pelo autor na redação do jornal), integrou o caderno SeuBairro e fazia plantões nas editorias de Cidades, Política e Econômia. Escreveu para diversos cadernos da casa (Caderno de TV, ZAP!, Games) e, finalmente, entrou para a equipe do Caderno2, onde ficou até ser transferido para o caderno Variedades, no Jornal da Tarde.

Nesse período, também iniciou o trabalho com a base de fãs de Guerra nas Estrelas em São Paulo, que lhe rendeu o apelido de “Jedi” na redação do Grupo Estado, e culminou com a fundação do Conselho Jedi São Paulo¹ e a criação da JediCon¹ (maior convenção de fãs do Brasil). Barreto também editou o fanzine temático de Star Wars, Intrepid.

Fez as primeiras entrevistas internacionais nesta fase, conversando com ícones como Paul Stanley, Gilberto Gil, Gloria Stephan, Mariah Carey, Andrea Bocceli, Eoin Colfer, Jostein Gaarder e até mesmo David Prowse (o corpo de Darth Vader).

Ficção Científica

A paixão pelo gênero era coisa de garoto até a descoberta de “A Fundação”¹, de Isaac Asimov e “Estranho Numa Terra Estranha”¹, de Robert Heinlein, por volta de 1996. “O Senhor dos Anéis” se tornaria uma influência inquestionável anos depois, quando a adaptação de Peter Jackson foi anunciada. Barreto consumia tudo que podia relacionado ao gênero – de gibis nacionais a revistas importadas -, filiou-se ao Clube de Leitores de Ficção Científica assim que pode e lá encontrou o grande guru, Gerson Lodi-Ribeiro, a quem prometeu “um dia publicar um de seus livros”. Barreto cumpriu a promessa ao publicar “Outros Brasis”, o maior clássico do mestre da FC brasileira, no País.

Inevitavelmente, os caminhos de Barreto e levaram até a redação da revista Sci-Fi News, para quem já trabalhava como freelancer desde a estreia de Star Wars: Episódio 1 – A Ameaça Fantasma. Trabalhou como repórter, editor, editor-chefe e, mais tarde, correspondente internacional, cobrindo todos os aspectos do gênero, especialmente o cinema e a literatura, as duas grandes paixões.

Concebeu e editou a Sci-Fi News Contos e idealizou o Concurso Nautilus de Ficção Científica.

Como editor literário do gênero, lançou “Outros Brasis”, de Gerson Lodi-Ribeiro, e “A Mão que Pune”¹, de Octavio Aragão, pela Editora Mercuryo, e trabalhou nos não-publicados “Trégua em Bakura” e “Star Wars: Rogue Planet”, da Meia-Sete Editora. Depois, de forma independente, criou a SOS Hollywood Productions, responsável pelos curtas-metragens feitos em Los Angeles e pela publicação em e-book do premiado Snowglobe e das noveletas na Amazon.

Los Angeles

Em 2008, dias depois de perder a avó (uma das influências mais marcantes de sua vida), Barreto mudou-se para Los Angeles e iniciou um período de dez anos como correspondente internacional, trabalhando prioritariamente para a Sci-Fi News e continuou abastecendo veículos como Revista Época, Veja Online, O Globo, Revista Monet, Revista Recreio, Atrevida e Capricho.

Ao longo desta década, entrevistou mais de 200 profissionais da elite do cinema mundial, visitou sets de filmagens e aprendeu tudo que pode sobre a realização de filmes e narração de histórias inesquecíveis. Recebeu aulas narrativas de James Cameron, discutiu a essência do terror com Guillermo Del Toro, compreendeu a mente inquieta de J.J. Abrams e realizou grandes sonhos de garoto ao entrevistar Harrison Ford e Julie Andrews.

Entrou para a faculdade de cinema para “melhorar as entrevistas” e apaixonou-se pelo processo de criação da Sétima Arte. Escreveu e dirigiu 4 curta-metragens: “When it Ends”, “Distress”, “Jurassic Power” e “Destiny”. 

“The Flower Shop”, o projeto mais ambicioso do período, porém, nunca saiu do papel por causa de um incêndio na locação dois dias antes das filmagens e uma perda considerável de verba por conta do atraso. Como o projeto foi viabilizado por financiamento coletivo, toda a verba restante foi canalizada para o “Barreto Unlimited”, um canal de YouTube não-monetizado e gratuito com os bastidores de Hollywood.

Também traduziu diversos filmes, séries e documentários para a Netflix, entre eles “Some Kind of Monster”, do Metallica, e “Anjos da Noite”.

Escrita Criativa

A professora de roteiro Michele Gendelman disse “romances são filmes com orçamento ilimitado”, então decidiu não esperar pelos milhões de dólares para filmar “Filhos do Fim do Mundo” e escreveu o livro. 

Mas esse não foi o primeiro trabalho literário. A estreia de Fábio M. Barreto como autor narrativo aconteceu em 2011 na coletânea “Imaginários 4”, da Editora Draco, com o conto “Ela”. No ano seguinte, a editora LeYa/Casa da Palavra, publicou o romance de estreia, “Filhos do Fim do Mundo”

Daí para a frente, Barreto não parou de escrever mais. Lançou diversos contos na Amazon, dedicou alguns anos ao aperfeiçoamento da escrita em inglês para escrever fluentemente tanto nos dois idiomas, quanto nos dois formatos escolhidos (narrativo e roteiro). 

Foi convidado para participar da workshop exclusiva da Writers of the Future, integrou três grupos de escrita de roteiro em Los Angeles, é aluno da veterana Cat Rambo e de David Farland, e também participou de várias edições de congressos como o Writer’s Digest Novel Writers. 

Cursos e Prêmios

Todo esse aprendizado com escrita criativa nos Estados Unidos, e a experiência própria da não-existência de acesso a esse tipo de material no Brasil, colocou Barreto em contato com outra habilidade: ensinar. Em 2015, lançou o C.O.N.T.E. – Curso Online de Técnicas para Escritores; no ano seguinte, criou o Curso de Introdução ao Roteiro de Cinema e, em 2017, criou o C.R.I.E. – Curso de Redação Intensiva para Escritores. Juntos, eles formam a base para a plataforma Escreva Sua História, lançada em março de 2019.

O lado “professor” existe graças à mistura da experiência acadêmica e profissional no exterior e é chancelada por três prêmios: Prêmio Argos de Melhor Romance para “Filhos do Fim do Mundo”, Prêmio Argos de Melhor Conto para “A Última Balada de Bernardo” e o Prêmio de Melhor Roteiro Não-Produzido, pelo Sunset Film Festival, por “Lilith – A Vampira”.

Snowglobe“, publicado em 2019 em e-book, venceu o Prêmio LeBlanc, na categoria Melhor Romance e foi um dos finalistas do Prêmio Argos.

Barreto foi jurado do Concurso Nautilus de Ficção Científica e do Prêmio Hydra.

Também foi finalista do Prêmio Argos outras duas vezes com “O Céu de Lilly” e “A Invasora”. 

O que está fazendo agora

Fábio M. Barreto dedica boa parte do seu tempo ao aprendizado das técnicas mais atuais de escrita e à transmissão desse material aos escritores – aspirantes ou não – brasileiros; e desenvolvendo o primeiro romance em inglês: uma fantasia épica.

Além de ensinar no Escreva Sua História; foi colunista do jornal atemporal Tempos Fantásticos, dirigiu audiobooks em parceria com o podcast Caixa de Histórias. Recentemente, coordenou equipes de comunicação no Ministério da Saúde, em Brasília. Hoje, integra o quadro da agência FSB Comunicação e atua em comunicação governamental.

Futuro

Seus próximos trabalhos são:

Trilogia The Jade Lion, para o mercado norte-americano.
Previsão de lançamento: 2024/25

2 Comments

  1. […] para apostar uma grana eu colocaria no podcast Gente que Escreve, na época em que batiam papo Fábio Barreto e Rob […]

  2. […] sobre o livro “Filhos do fim do mundo”, do (dentre muitas coisas) escritor brasileiro Fábio M. Barreto, com o objetivo de contradizer as indicações contrárias que, na época da leitura (2016, acho), […]

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