John Basilone: O herói de Guadalcanal e, até hoje, um dos fuzileiros navais mais reverenciados da História. É o nascimento do arquétipo de Rambo.
por Wikerson Landin,
do Portal de Cinema.
Não importa o lado ou o motivo: não há vencedores em uma guerra. Mesmo o mais importante dos atos de bravura ainda soa como uma atitude covarde diante da morte inexplicável e cruel de um ser humano apenas porque as cores de farda são distintas.
A reflexão que o segundo episódio de The Pacific traz ao público contrasta, ao menos em termos visuais, comas pesadas cenas de batalha apresentadas no episódio “Basilone”. Seguindo a mesma linha do episódio anterior, o capítulo é iniciado com a narrativa de ex-combatentes da Segunda Guerra e o que vemos em seguida é a dramatização de aspectos dos seus depoimentos.
Estamos em outubro de 1942 e a chegada de novas tropas à ilha contrasta ainda mais com a situação atual dos fuzileiros. Sua comida é parca e insuficiente, as armas e munições são da pior qualidade. Ao perceber o quão melhor estão equipados os novos soldados a revolta é imediata o que cria uma cisão entre os dois grupos.
Enquanto isso, os soldados japoneses intensificam os seus ataques noturnos, tornando cada missão um verdadeiro inferno. Sob fogo cerrado e contra probabilidades adversas o sargento John Basilone (Jon Seda) se destaca e é o primeiro do grupo a receber uma indicação para uma medalha.
Se por um lado a sobrevivência dos fuzileiros diante de um ataque kamikaze é vista como um ato de heroísmo pelos demais integrantes do exército, por outro o roteiro do episódio faz questão de deixar claro que, apesar da “vitória” nada parece justificar ou ter importância diante da morte em combate de alguns dos integrantes do batalhão.
Em contraposição ao grupo que está nas Ilhas Salomão, acuado e sem saber ao certo o porque de todo aquele caos, a trama pontua mais algumas nuances da vida de Eugene Sledge (Joseph Mazzello). Filho de um médico e com um dos seus irmãos em combate, o jovem precisa lutar contra a frustração de não poder servir devido a um problema cardíaco.
A partir de um novo exame, ele constata que o sopro que tinha no coração desapareceu e, mesmo contrariando seus pais, volta todas as suas forças para o alistamento. Essa dualidade entre aqueles que estão no campo de batalha sonhando com volta e aqueles que estão longe querendo entrar em combate, ressalta de maneira envolvente o sentimento de patriotismo, razão única para a entrada em um combate onde o inimigo é desconhecido.
Com um primeiro episódio mais focado na ação, o segundo ainda dedica boa parte aos aspetos mais visuais da guerra, mas já permite um olhar mais aprofundado em alguns dos personagens, além de proporcionar uma ótima reflexão em um curto espaço de tempo. Definitivamente, a aposta de The Pacific parece ter sido a de um começo impactante para colocar o espectador exatamente na posição dos soldados: heróis de uma guerra com objetivo de luta ainda incerto.
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