Colocar o pé fora de casa pode ser a maior das aventuras, especialmente se você é um personagem de filmes da Disney/Pixar. Up – Altas Aventuras mostra que não há limites quando se ama e que nunca é tarde demais para viver, nunca.
Acompanhar o desenvolvimento das animações computadorizadas deixa uma coisa clara: essa é uma linguagem moderna, séria e cada vez mais distante da idéia se ser canal ideal para filmes infantis. Pelo contrário, novos tipos de cineastas encontraram nesse formato o estilo perfeito para contarem histórias extremamente dramáticas, por vezes assustadoras e de olho nos cinéfilos marmanjos. É aí que Up – Altas Aventuras entra em cena, ultrapassando os limites de uma história de amor com uma história surreal e repleta de auto-descobertas.
Se Wall-E encontrou a perfeição com um romance mudo, Up aposta num recomeço intimista. Faz chorar logo de cara, repleto de humanidade e companheirismo; retrato da vida ideal para muita gente. Porém, mesmo os sonhos terminam e, seguindo o estilo clássico dos dramas pessoais e familiares da Disney, Up reverte a estrutura, reiniciando sua narrativa, como se desse passos inseguros, no escuro, num novo ambiente. Assim se sente o personagem principal Carl Fredricksen (dublado por Chico Anysio, na versão brasileira), um vendedor de balões carrancudo e desamparado.
A projeção em 3D reforça essa dinâmica. Dá vida e profundidade a cada item ao redor de Carl, ou, em alguns casos, garante melancolia. Longe de tentar imitar a realidade, Up acontece dentro de suas próprias regras, que permite arranha-céus espremam uma pequena casinha que, por sua vez, voa para longe, repleta de balões, como se respondesse ao desespero claustrofóbico do mundo a sua volta. Versão moderna e romântica para o surto de Jonathan Price no final de Brazil.
Mas a ação desesperada, ou suicida – afinal, levantar vôo numa casa movida a balões de hélio não é o modo mais seguro de voar – é rapidamente ligada com a realidade daquele mundo. Um jovem escoteiro estava na varanda, no momento da decolagem. Começa aí a relação entre Carl e Russell. Versões temporalmente separadas da mesma pessoa. Carl queria ser explorador na infância; Russell se gaba por suas medalhas. Nenhum dos dois encararam a natureza. E é pra lá que eles vão.
Daí para a frente, tudo pode acontecer. Se o elemento fantástico já era forte em Up, a chegada da dupla a seu destino reforça o conceito. Cães capazes de se comunicar com humanos, um velho explorador paranóico e uma missão em comum. É um rito de passagem de duplo sentido. Nenhum dos dois terminará essa jornada do mesmo jeito, assim como o público, apresentado a um filme intenso e revelador. Up carreg mais que altas aventuras, ele promove grandes descobertas.
Vá ao cinema e inicie sua própria aventura!
Fábio M. Barreto
Que bom não ser só eu a perceber a evolução das animações, sempre que comento o quão fantatisco é Wall-E tem sempre alguem que diz “ah, não gosto desses filmes intantis idiotas”.
Ainda não vi ‘Up’ mas estou muito empolgado com o filme, achei a premissa muito interessante, não vejo a hora de vê-lo.
UP – Altas Aventuras no SOS Hollywood! Mais emoção e 3D usado de forma positiva no novo Disney/Pixar. http://uiop.me/7VQ Confira!
Até ler sua crítica sobre UP não havia parado para pensar nessa metáfora que o filme representa sobre a aventura de sair de casa. Já havia achado o filme ótimo a começar por (eu diria introdução) “abertura” contando a vida do Carl, uma das melhores que eu já vi, o filme me fisgou desde o início, o resto da história retratando a viagem e todo o significado dela, eu achei maravilhoso, é chato dizer mas o melhor cinema feito nos EUA hoje em dia são os filmes de roteiros originais da Pixar, muito embora nos próximos anos a produtora investirá em continuações (que se levado em consideração a qualidade dos roteiros originais da Pixar possuem motivos para serem muito bem esperadas), e não vejo a hora dela voltar a investir nesses roteiros tão excelentes.
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Posso estar enganado, mas pelos trailers, esse velhinho de UP me pareceu mais carismático ainda do que Wall-E.
Estou doido pra ver esse filme, é muito interessante ver a Disney/Pixar fazer uma animação que tem como personagem principal um idoso. Antes disso só me lembro do Jogo de Geri, justamente uma das melhores animações curta-metragem que eu já vi na vida. Já faz anos que animações 3D deixaram de ser apenas infantis, mas sim divertidas para todas as idades.
Ainda bem, pois eu nunca vou me cansar de filmes como Toy Story, Wall-E, Shrek,etc
Isso mesmo Fábio, concordo com vc, é um ótimo filme, emocionante, a Disney/Pixar que vem em uma ótima sequecia de animações, mostrando que a Marvel fez um ótimo negócio e que podemos esperar animações Marvel/Pixar em breve, afinal nascida dentro de uma das maiores fontes nerds de conhecimento que foi a Lucas Arts, deve ter uns 200 nerds na Pixar empolgados com a aquisição da Casa das idéias pela Casa do Mikey & Cia.
Vi o filme há algumas horas. Incrível e maravilhoso. Cada vez mais admiro a Pixar por conseguir tornar tipos de pessoas/coisas/etc de seus filmes em personagens que conquistam o público. Afinal, não são muitos os filmes do estilo que nos apresentam um idoso no papel principal.
Muito, muito bom mesmo. Adorei.
Sou suspeito pra falar de UP por algumas razões. Primeiro, sou fã de carteirinha da Pixar, acho que eles fazem um trabalho muito sério e vieram para ficar no espaço em que consquistaram no cinema. Nem digo mais como cinema de animação, porque isso, na minha opinião, já virou atração secundária nas obras da Pixar. O outro motivo de minha parcialidade pra falar do filme é que eu dublei o simpático Dug e posso dizer que foi muito gratificante estar envolvido em um projeto da Pixar, fazendo um personagem tão querido e importante. E, por último, o fato de eu ter indicado e feito a ponte pra que meu pai fizesse o protagonista foi uma emoção especial e, claro, estar com ele e poder ter o DVD pra vida toda. O que posso dizer de UP é que ele tem uma sequência muda de amor que já entrou para a história do cinema como uma das mais memoráveis. Imperdível ! Bjs
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Nizo, uma honra tê-lo por aqui! =D
Infelizmente, não poderei ver a versão dublada tão cedo, mas conto com os leitores do SOS para dizer como ficou! Com essa dobradinha, acho difícil não dar certo. 🙂
A propósito, vi seu trabalho em Um Belo Dia para Voar e fiquei muito curioso se você resolveu dar aquele tom mais caricato ao personagem ou foi coisa do diretor mesmo. 🙂
Grande abraço, legal saber que você morou em LA. Sempre gostei do seu trabalho, de verdade! =D
Fábio Barreto
Acabei de assistir Up há algumas horas e devo dizer: Pixar, you did it again! É incrível como essa produtora acerta em todas! Não achei Up uma obra prima, assim como acho Wall•E, mas é um filme lindo demais. Tem drama, romance, aventura e comédia na medida certa.
A sequência que mostra a vida do casal Fredrikson é maravilhosa, emocionante. Sem exageros fiquei com os olhos cheios d’água. Assim como me emocionei na hora que o portagonista recebeu a “mensagem” da amada, agradecendo pela aventura. Lindo demais… emocionante como só a Pixar consegue nos mostrar. Até mesmo o 3D ficou na medida certa, sem apelar para efeitos que joguem na cara dos telespectadores os artifícios tridimendionais; foi usado com inteligência.
Porém, acho que o lado menos genial do filme foi o vilão. Dessa vez acho que o vilão ficou deslocado. Ainda não consigo achar o ponto certo que me fez desgostar do vilão, mas o fato é que, desde que ele aparece na tela, o filme não é mais o mesmo. Até ele sair de cena… aí temos Up de volta.
Para finalizar, a dublagem foi muito boa. O Nizo Neto estava muito bom, mas peço licença para elogiar a dublagem do mestre Chico Anysio. Sensacional! Um trabalho primoroso do humorista…
“ESQUILO!”
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